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Xirê de Resistência: UPM Canta Forte no Ensaio em Nilópolis

A Unidos de Padre Miguel mostrou a força do seu quilombo no “Encontro de Quilombos”, promovido pela Beija-Flor em Nilópolis. Com a energia dos Orixás e um samba que exalta a resistência, a escola levou seu canto potente e sua tradição ao coração da Baixada. A comissão de frente brilhou ao evocar a ancestralidade com movimentos marcantes, enquanto a bateria de mestre Dinho e a rainha Dedê Marinho deram um show de entrosamento. Apesar de algumas oscilações na evolução, a UPM reforçou seu compromisso com o samba e a história de luta do povo preto.

Os diretores de carnaval, Cícero Costa e Lara, avaliaram positivamente a performance da escola. “O ensaio foi perfeito, mesmo em um novo espaço. O canto da comunidade é nosso ponto forte e seguimos ajustando os detalhes para o desfile”, comentou Cícero. Lara destacou a honra de estar em Nilópolis e a confiança em um grande desfile na Sapucaí.

A comissão de frente, coreografada por Sérgio Lobato, fez um verdadeiro xirê, reverenciando a Casa Branca do Engenho Velho. Layla Diamante, trajada com pano da costa e colares de búzios, representou a mãe de santo do terreiro, guiando os bailarinos com graça e força. Pequenos ajustes foram necessários na sincronização, mas o conjunto seguiu com vitalidade até o fim.

O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Vinicius Antunes e Jéssica Ferreira, fez bonito, misturando giros e movimentos inspirados nos Orixás. O público vibrou especialmente com a performance de Vinicius, que riscou o chão da Mirandela com elegância e precisão.

O samba, assinado por um time de bambas, ecoou forte pelas ruas. O trecho “Vovó dizia: sangue de preto é mais forte que a travessia” foi cantado em uníssono, reafirmando a força do enredo e a identidade da escola. A harmonia se manteve consistente, mesmo com desafios técnicos no carro de som.

Na evolução, a UPM começou com garra, mas precisou ajustar o ritmo na reta final. A passada acelerada exige refinamento antes dos ensaios técnicos na Sapucaí.

Mestre Dinho saiu satisfeito com o desempenho da bateria: “Estamos prontos, não tenho nada para tirar nem por”. A rainha Dedê Marinho destacou a conexão com a “Guerreiros”: “Cresci na UPM, tenho carinho e respeito por Dinho. Faço questão de estar em todos os ensaios para sentir cada bossa”.

A Unidos de Padre Miguel mostrou que está no caminho certo, levando sua história e tradição adiante. O xirê está armado, e a resistência do povo do samba segue firme rumo à Sapucaí.