João Vitor celebra força espiritual do Bembé e revela que enredo da Beija-Flor é renascimento sagrado
O carnavalesco João Vitor Araújo falou com emoção sobre a inspiração que motivou o enredo da Beija-Flor de Nilópolis para o Carnaval 2026: o universo místico do Bembé do Mercado. Em suas palavras, beber daquela fonte sagrada foi um renascimento — referência não só musical, mas espiritual, ancestral e comunitária que invade cada nota do samba-enredo.
Da ancestralidade à avenida: sentir o Bembé com todos os sentidos
Para João Vitor, o Bembé do Mercado não é só ritmo: é memória, é rito, é encontro. Ele explicou que o enredo vai mergulhar no sagrado dos tambores, na força do coro da comunidade, nos sopros da percussão, no som oracular do Igbó (assentamento do culto), nas texturas do terreiro. Busca-se não apenas representar o culto, mas manifestá-lo: a espiritualidade impregnada em corpo, canto, adereço e espaço cênico. É como se o desfile fosse um ritual, reconhecendo que cultura afro-brasileira é resistência, fé e vida.
Renascimento como tema e promessa
“Renascimento” aparece como palavra chave no discurso de João Vitor: renascer para a ancestralidade, renascer para as tradições, renascer para a fé. Esse renascimento não é fuga ou nostalgia, mas reencontro. É trazer para a Sapucaí aquilo que vive nos terreiros, nas ruas, nos mercados — uma pulsação que sustenta identidade. O carnavalesco promete que o desfile vai costurar passado e presente, cores e sombras, voz do terreiro e vibração da avenida.
Expectativa, simbolismo e visual previsto
O enredo deverá trazer elementos visuais muito fortes: oferendas, instrumentos sagrados, guias, usos de cores que remetem ao branco ritualístico, ao vermelho das paixões, ao amarelo da ancestralidade e ao azul profundo do céu e do mar espiritual. As fantasias, segundo João Vitor, vão buscar leveza e imponência, com tecidos fluidos, brilho nas contas, trabalho manual em adereços, oferendas estilizadas e dança ritualística.
Além disso, a comunidade da Beija-Flor está mobilizada: memoriais, rodas de conversa e ensaios de canto em línguas ancestrais — tudo para que cada integrante sinta que participar do desfile é estar dentro desse renascer.

