CARNAVAL 2026GRUPO ESPECIALHOT

Bangu canta alto: a Mocidade reacende o samba-liberdade nas ruas

Quando a lua se ergueu na Avenida Ministro Ary Franco, a Mocidade acendeu seu pavilhão invisível — feito de batuques, canto e esperança. Era mais do que um ensaio: era ensaio de recomeço. O samba de 2026, inspirado em Rita Lee, ecoou com vigor pelas vozes da comunidade, e a batida da bateria “Não Existe Mais Quente” serviu de tronco para o corpo verde-e-branco ganhar forma na noite.

Igor Vianna assumiu o microfone com convicção, guiando a Estrela Guia com a segurança de quem já viveu o batuque e conhece o peso da melodia. Ao lado, a comissão de frente traduziu em movimentos de corpo e alma o grito de liberdade da escola — uma coreografia marcada por leveza, rebeldia e elegância, sob a direção de Marcelo Misailidis. Quando Diogo e Bruna cruzaram a pista como mestre-sala e porta-bandeira, trouxeram no passo a certeza de que a Mocidade não apenas desfilará: ela viverá seu samba em cada compasso, em cada olhar, em cada canto coletivo.

A multidão acompanhou — pedestres paravam, moradores sorriam, a rua virou arquibancada improvisada. No final, o canto coletivo subiu forte, o surdo rufou e, por um instante, Bangu lembrou ao Rio: o Carnaval vive muito além da Sapucaí. A Mocidade reforçou o compromisso de ser escola de comunidade, de ser sonho e resistência — e aquela noite em Bangu entrou na memória coletiva como ensaio de liberdade, fé e saudade antecipada.