A festa de Leandro Vieira revela o bastidor de um Carnaval 2026 mais plural e mais técnico
Nem tudo o que decide um título acontece sob os refletores. A Liesa ainda não colocou na vitrine os nomes dos julgadores do Grupo Especial para o Carnaval 2026, mas o bastidor já conhece o elenco. O curso realizado na sede da entidade, na última semana, fez com que as escolas tomassem ciência do corpo de jurados, e a notícia ganhou corpo como se fosse anúncio de ensaio: rápido, inevitável, carregado de expectativa.
Leandro Vieira reagiu como quem entende o peso simbólico de um detalhe. Ele comemorou a renovação e apontou um acerto que vai além de currículo e técnica: a ampliação da negritude e da presença feminina no júri. Para ele, a mudança tem gosto especial porque toca diretamente nos seus quesitos, aqueles em que se concentra o seu trabalho criativo e estratégico na Imperatriz Leopoldinense: Alegorias e Adereços, Fantasias e Enredo. Saber quem avalia o que se constrói ao longo de meses muda o clima interno, muda a confiança, muda o modo de respirar antes do grande salto.
E o novo Carnaval que se desenha não está apenas na diversidade dos nomes, mas na arquitetura do julgamento. Em 2026, serão 54 jurados, seis por quesito, aumentando o rigor técnico e abrindo espaço para mais visões sobre o mesmo desfile. Antes da leitura das notas, um sorteio na Quarta-Feira de Cinzas definirá quais 36 julgadores terão suas notas consideradas oficialmente. Os 18 não sorteados terão as notas guardadas, sem efeito no resultado. E, na engrenagem final, a tradição segue como escudo: entre as quatro notas válidas por quesito, a menor será descartada.
Há algo de renovador nessa combinação de método e pluralidade. O Carnaval 2026 começa a dizer, com números e escolhas, que quer ser mais justo. E quando um carnavalesco do tamanho de Leandro celebra, o gesto vira sinal: o júri também conta história. E, desta vez, a história promete um capítulo mais aberto, mais técnico e mais representativo.

