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Ambulantes retiram kit de trabalho: Carnaval 2025 traz renda e esperança, ‘é a oportunidade da renda extra’.

O Píer Mauá amanheceu tomado por uma multidão nesta quinta-feira. Eram vendedores ambulantes ansiosos para garantir o kit de trabalho que vai garantir seu sustento durante o Carnaval 2025. No total, 15 mil trabalhadores foram credenciados para atuar nos blocos e desfiles, recebendo isopor, crachá, colete, cardápio de bebidas e corda. A entrega segue até o dia 8 de fevereiro, com cerca de 1.500 pessoas passando pelo local diariamente.

Para garantir a vaga, foi necessário se inscrever e contar com a sorte. O interesse bateu recordes, com 60 mil inscritos, número bem superior ao do ano anterior. A seleção foi feita por sorteio, e os escolhidos passaram por um treinamento obrigatório, de 15 minutos, para aprender sobre regras municipais, boas práticas e normas do evento.

“Esse processo organiza a festa e dá segurança para todo mundo. Quem está com a credencial pode vender sem ser importunado, e os foliões sabem que estão comprando de uma fonte segura”, explicou um dos organizadores da iniciativa. Além disso, os vendedores recebem instruções específicas sobre os produtos e locais de venda.

O trabalho informal no Carnaval é reconhecido como uma das maiores oportunidades de renda extra do país. Superando até o Réveillon, a festa movimenta milhões de reais e atrai turistas do mundo todo, criando um cenário ideal para quem busca faturar.

Tainá Paula, de 35 anos, moradora de Campo Grande, está no seu quarto ano como vendedora e não esconde a felicidade. “Com essa grana, dá pra fechar o mês com mais tranquilidade. Em fevereiro, as contas apertam, então esse trabalho é fundamental.”

A oportunidade tem mudado vidas, especialmente entre as mulheres, que representam 65% dos selecionados. Para muitas, o dinheiro arrecadado significa independência e uma chance de realizar sonhos. Odirlea Farias, 44 anos, da Comunidade do Salgueiro, conta que o dinheiro do Carnaval passado ajudou a construir sua cozinha. “Agora meu filho vai entrar na faculdade, e essa grana já tem destino certo”, afirmou.

Porém, nem tudo são flores. Eliandra Aparecida da Silva, 41 anos, moradora de Triagem, reclama do custo do guarda-sol, item obrigatório que precisa ser comprado por R$ 102. “Quem não tem, tem que vender no sol escaldante. Eu mesma precisei tirar dinheiro de outra coisa para conseguir comprar”, relatou.

Durante a distribuição dos kits, que acontece das 8h às 18h, os organizadores garantiram a oferta gratuita de água para quem aguardava na fila. Agora, com tudo pronto, os ambulantes se preparam para cair na folia e garantir que a festa também seja sinônimo de trabalho e sustento.