Mangueira finca a raiz e transforma a rua em palco no primeiro ensaio
Com canto cheio, comunidade vibrante e energia que atravessa quarteirões, a Verde e Rosa inicia sua caminhada com a força de quem conhece sua história
O primeiro ensaio de rua da Mangueira chegou como um abraço coletivo entre escola e comunidade. Assim que a Verde e Rosa tomou a avenida, a sensação era de retorno às origens, de reencontro com a alma que sempre guiou cada passo da Estação Primeira. O canto firme, redondo e cheio de intenção ecoou pela Visconde de Niterói como um manifesto vivo, conduzido com segurança e presença. A voz encontrou resposta imediata no asfalto: a comunidade cantava junto, sem hesitar, como se cada trecho fosse uma extensão da própria memória.
A presença maciça dos componentes deu ao ensaio a vibração de um cortejo ancestral. Alas alinhadas, corpo pulsando, sorrisos abertos, crianças correndo ao lado dos mais velhos — a escola respirou Mangueira em estado bruto. A evolução seguiu com maturidade, revelando uma preparação que já nasce firme, com alas que se conectam e se reconhecem no mesmo compasso. A bateria sustentou o ritmo com aquela precisão que só a Verde e Rosa conhece, guiando o chão como quem reacende um fogo antigo.
Havia, no ar, um sentimento de renascimento. A avenida parecia se abrir para a escola, e a escola ocupava cada espaço com verdade. O ensaio não foi apenas o primeiro passo da temporada: foi o anúncio de que a Mangueira entra no ciclo de 2026 consciente da própria grandeza, determinada a honrar sua história e pronta para escrever um capítulo de potência, raiz e emoção.
A rua, tomada de verde e rosa, devolveu à escola a certeza de que o caminho está traçado. A Mangueira saiu forte, inteira, iluminada — e com o canto que promete guiar o morro e a cidade até o grande dia.

