CARNAVAL 2026GRUPO ESPECIALHOT

Santinha celebra trajetória de amor ao samba e assume papel de musa da comunidade

Com três décadas de dedicação à escola e à folia, ela representa a força feminina que pulsa nas arquibancadas, na quadra e no coração do povo

Desde os seis anos de idade, Luciene Tavares — carinhosamente conhecida como “Santinha” — já entoava o samba no pé, conduzida pela mãe ao universo da escola popular. Hoje, musa da Acadêmicos do Grande Rio, na Baixada Fluminense, ela acumula mais de trinta anos de história, dedicação e amor à comunidade que faz da festa um encontro de gerações, alegria e identidade. Sua trajetória reflete não apenas glamour ou visibilidade, mas o exercício diário de pertencimento, representatividade e presença no batuque que nunca se apaga.

Na quadra, no ensaio e nas ruas, Santinha carrega a consciência de que seu papel vai além do figurino ou da dança: é ponte entre quem veio antes e quem está chegando agora, é símbolo de continuidade, de exemplo e de incentivo. Ela fala da alegria das passistas que viu crescer, das alas que aprendeu a amar, das batidas que sentiu no peito desde criança e que hoje reverbera no comando da comunidade. Cada passo que ela dá representa anos de entrega — não apenas individual, mas coletiva, tecida por quem acredita no poder transformador do samba.

Seu lugar como musa nasce da convivência e não da pose. É a escola que leva no sangue, a quadra que a forma, o samba que a desperta. E ela reconhece que ocupar esse papel é também responsabilidade: estar visível, inspirar, apoiar, celebrar, levantar vozes e representar vozes que muitas vezes não têm microfone. A musa que vivencia o samba como história de vida transmite algo raro: não apenas brilho, mas raiz.

Para 2026, a expectativa está posta em cada sorriso, em cada ensaio, em cada batida da bateria. Santinha se prepara para levar à avenida sua história, sua comunidade, seu canto, sua verdade — e fazer da festa um espelho de quem somos, de onde viemos e para onde vamos. Em seu percurso, ela reafirma que o samba é movimento, memória e promessa; que a escola é lugar de pertencimento; e que a comunidade basta a si própria para existir, pulsar e sambar.