Quando o samba molda sua própria eternidade – memória em presença viva com as estátuas de Carlinhos de Jesus e Neguinho da Beija-Flor
Na luz aberta da orla, o Samba Social Clube transforma memória em presença viva com as estátuas de Carlinhos de Jesus e Neguinho da Beija-Flor
O amanhecer em Copacabana ganhou outra espessura quando duas figuras essenciais da história do samba passaram a habitar a paisagem com a mesma naturalidade do mar. O Samba Social Clube ergueu, no coração da orla, as esculturas de Carlinhos de Jesus e Neguinho da Beija-Flor, entregando à cidade corpos de bronze que carregam décadas de arte, ritmo e afetos. A cena nasce como um encontro entre passado e futuro, onde cada detalhe das estátuas parece respirar a energia de quem construiu, com dança e voz, um legado que atravessa gerações.
O ambiente em volta se transforma num cenário de celebração constante. O som dos instrumentos se mistura ao burburinho da praia, criando uma atmosfera em que a história se sente, mais do que se vê. Há algo de íntimo e grandioso nesse gesto: eternizar dois protagonistas do samba justamente onde o Rio se expõe ao mundo, fazendo da orla um corredor de reverência, orgulho e pertencimento. As pessoas que passam desaceleram, observam, sorriem — como quem reconhece, na força das esculturas, uma parte profunda da própria cultura.
É um tributo que vibra além da matéria, um chamado para que a cidade continue celebrando aqueles que transformam o carnaval, a música e a vida em expressão. Carlinhos e Neguinho, agora presentes em forma e espírito, lembram que o samba é eterno porque nunca deixa de se reinventar no coração do povo.

