Mocidade Independente de Padre Miguel confirma classe e musicalidade no minidesfile da Cidade do Samba
Com samba envolvente, comissão de frente marcante e evolução harmoniosa, a escola enfatiza sua força rumo ao Carnaval 2026
A Mocidade entrou em cena com o samba “Não Existe Mais Quente” — entoado com alma e leveza — e logo deixou claro que seu astral é outro. A levada cadenciada da bateria, sustentada pelos ritmistas, encontrou a melodia do intérprete Igor Vianna com suavidade, e o carro de som, enriquecido por vozes femininas, ganhou corpo e textura, realçando cada nota com clareza e calor.
A comissão de frente, guiada pelo coreógrafo Marcelo Misailidis, apresentou vampiros e roqueiros inspirados no universo da homenageada do enredo, com figurinos e coreografias carregados de irreverência e sugestão — um contraste entre os contornos sombrios e a energia vibrante do samba, que chamou a atenção desde o primeiro instante.
O casal de mestre-sala e porta-bandeira viveu a mistura de tradição e ousadia. Diogo Jesus e Bruna Santos trouxeram passos que flertaram com o rock antigo, com toques de sensualidade e precisão: giros firmes, quadro bem marcado, bandeirada certeira — tudo entregue com leveza e presença.
A evolução da escola foi fluida, espontânea e segura — sem espaços vazios, sem pressa, com os componentes unidos num coro vibrante. Apesar de abrir a noite de apresentações, a Mocidade não titubeou: encantou, conquistou e mostrou que chega a 2026 com samba no pé, alma e identidade reforçadas.

