Acadêmicos do Salgueiro faz seu melhor minidesfile da história — e encerra o ciclo de apresentações com brilho e alma
Com samba vibrante, comissão de frente envolvente e comunidade unida, Salgueiro entrega performance intensa e cheia de emoção na Cidade do Samba
A quadra da Cidade do Samba pareceu pulsar em uníssono quando o Salgueiro subiu à pista para sua apresentação final — uma demonstração de alegria, técnica e amor à história de quem sabe o valor de cada compasso. A comissão de frente, conduzida por braços experientes e criativos, trouxe arlequins que dançaram com leveza e irreverência, abrindo passagem para uma homenagem nostálgica às escolas que marcaram a trajetória da mestra homenageada.
O casal de mestre-sala e porta-bandeira brilhou como poucas vezes: postura elegante, giros firmes, sapateado de impacto e uma sintonia precise que carregou alma em cada passo. A fantasia em tom rosa, leve e sofisticada, destacou a leveza e a confiança dos dois — uma presença que consolidou o Salgueiro como candidato de peso.
Na pista, a evolução fluiu com liberdade. As alas coreografadas não emperraram o desfile — pelo contrário, injetaram movimento, ritmo e alegria, transformando cada trecho em uma celebração coletiva. O samba-enredo fluiu com força e naturalidade, impulsionado por interpretação segura do intérprete, harmonia coesa e bateria vibrante que soube equilibrar força e musicalidade.
A comunidade cantou uníssona, a passarela pareceu descansar sob o peso da festa, e a alegria se espalhou no ar — era samba que transbordava de peito aberto, sorriso largo e coração batendo no compasso da eternidade. Quando as luzes baixaram, ficou a certeza: naquele momento, o Salgueiro viveu um dos seus capítulos mais intensos e felizes.

