A força viva da Portela ressoa pela Estrada

Quando a Estrada do Portela se transformou em pista de ensaio, o chão parecia responder aos pés que marchavam no compasso da “Tabajara do Samba”. O calor não freou a empolgação; pelo contrário — parece ter inflamado o canto, fez a voz subir e agarrar o céu. O samba-enredo abriu com partido-alto, evoluiu com precisão e ganhou profundidade ao entrar a bateria, fazendo todo mundo cantar junto, num coro que soava como um brado de tradição viva.

A comunidade não caminhava apenas — desfilava lembranças, expectativas, sonhos. O intérprete carregou a melodia com seriedade; os instrumentos marcavam a pulsação; e a bateria, envolvida por chocalhos e xequerês, ofereceu textura ao samba, imprimindo a ancestralidade que a Portela carrega na alma. O que se viu não foi só organização, mas identidade — um grupo que sabe de onde vem, e canta com certeza de para onde vai.

Quando o ensaio terminou, era visível: havia sorrisos de quem sabe estar fazendo história, de quem olha para 2026 com respeito e gana. Portela segue sua jornada: firme, confiante, com o pavilhão pronto para tremular e o samba pronto para fazer o Rio dançar.